sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"ainda tá doendo"

Eu estou tentando melhorar. Um pouco a cada dia, um dia de cada vez.
Esse fim de ano me promete muito. Joguei todos os meus planos e sonhos numa determinada data que... chegou, simplesmente. Não me sinto à altura de realizar nada do que julgaria poder. O tempo passou e eu não cresci, não percebi, não mudei como achava que aconteceria tão naturalmente. Eu sou a mesma pessoa de sempre e não queria ser... nada muda com o tempo. Quem inventou que ele é remédio pra tudo?! eu digo que não, não é!
Quando mais nova, eu imaginava como seria minha vida agora e como tudo se resolveria como mágica aos meus olhos... pensava que funcionava assim com tudo mundo. Será que a vida se resolve numa dada época, numa maturidade alcançada, em sonhos refeitos?!
Ainda mais nova, eu não percebia a fragilidade das pessoas que conviviam comigo; eu as admirava por acreditar que elas viviam em outro nível, bem, bem distante do que eu tinha mas que, hora ou outra, eu alcançaria... seria natural pra mim, assim como foi pra todas elas.
Não, não... o tempo realmente não faz milagres. Eu vivi e vi. Me sinto ainda tão frágil quanto antes, tão indecisa como nunca. Me perceber dessa forma, fez com que eu olhasse para todos com olhos compreensivos, como se pudesse dizer: "calma, eu sei como você se sente". Somos todos frágeis como crianças.
Tive a época de acreditar que meu pai era forte como um herói, sem clichês bobos.
Ele poderia resolver todos os problemas do mundo num único minuto, além de conseguir me ensinar todos os detalhes que me cercavam. Eu nunca tive medo de nada enquanto essa imagem permanecia em mim. Quando cresci um pouco, vi que ele tbm tem dúvidas, tbm tem problemas e que, por maior que seja seu amor por mim, nem sempre conseguirá me salvar. Por conseguir entendê-lo, depois de tanto questionar, minha admiração cresceu muito, muito. Ele ainda é um herói por conseguir me proteger tanto, até mesmo do que eu enxerguei sem querer.
Agora pouco, enquanto eu escrevia aqui, minha sobrinha caiu no corredor em frente ao meu quarto e se machucou um pouco. Corri até ela e a abracei forte, até que se acalmasse... e consegui! Estava tão assustada quanto ela, mas a fiz se sentir melhor. Lembrei de mim mesma em situações assim. É engraçado perceber que quando meus pais me diziam com firmeza "vc vai melhorar" ou "calma, não dói", não havia certeza alguma; certamente, eles estavam mais assustados do que eu.
Gabriela, minha sobrinha, voltou até mim, e disse "ainda tá doendo" e eu disse "calma, vai passar". Ela sorriu, como se realmente se sentisse melhor. =)

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