quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Cacau e eu

... hoje eu fui até a casa da minha irmã e fiquei feliz pelo modo como conversamos. Eu sentia falta de percebe-la próxima a mim, de compartilhar sua presença tão bonita. Por mais que, aos olhos de qualquer outra pessoa nada de importante tenha acontecido naquele tempo em que ficamos juntas, para mim soou como sossego.

Quando fomos embora, eu olhei para trás e a vi entrando no prédio em que mora... e, ainda que eu olhasse uma mulher, enxerguei minha irmã do meio, um dos meus maiores exemplos, em quem eu sempre pensava quando me perguntavam o que eu queria ser de verdade. A Carolina sempre foi alguém diferente pra mim, desde o quanto ela estudava, até mesmo a forma que eu me sentia protegida ao seu lado. Olhando para ela, senti o cheiro da nossa casa e lembrei de quando dormíamos no mesmo quarto e almoçavamos juntas... eu senti saudade de alguém que, talvez, nem exista mais.

Queria voltar no tempo e curtir a sensação de ser pequena nos braços dela, de me sentir bem em troca de pura companhia.

...Ao mesmo tempo em que eu percebia todos esses detalhes, esquecia velhos desejos que até outra hora me moviam e desconcertavam... Minha mãe me pediu para "colocar os pés no chão". Eu me senti em terra firma ao olhar minha irmã, ainda que me coração voasse de saudade...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Início

... não importa quem passe por mim, quem ofereça companhia e carinho, eu sempre irei pensar duas, três, quatro vezes antes de abrir meu coração outra vez, antes de deixar que me conheçam. Talvez esse seja o maior impasse que aprendi a trazer comigo: me escondo de tudo e todos, no entanto, sinto falta de um mundo que me acolha de verdade... enfim, a necessidade de falar, de conversar, de escrever sempre esteve presente em mim e, o que ainda me impressiona, é me ver escolhendo a dedo aquelas pessoas que estarão por perto. Só fica mesmo quem me ouve de coração, quem se interessa pelas minhas palavras e sentimentos... e não o faço por chatisse ou para criar qualquer barreira, mas sim por achar necessário, por acreditar que só vivemos para compartilhar a vida e que, acima de tudo, todos merecem atenção. Passei a perceber o quanto eu mudo diante de alguém que me estenda a mão, que se prontifique a me ouvir hora ou outra... é uma mudança incrível de tão bonita! Ao encontrarmos quem nos entenda e ainda assim goste de cada um de nós, nos abrimos para nós mesmos, nos conhecemos de forma absurda! Um das coisas que mais gosto na vida é isso: ter alguém para dividir o mundo comigo ou mesmo uma folha em branco e caneta azul... Ter o poder de nos expressar é o que há de mais incrível, acredite.

Ouvindo: Nhambuzim.